quarta-feira, 26 de maio de 2010

O Turismo nas Cidades Litorâneas

No limiar do novo século, época em que o mundo passa por fortes transformações decorrentes do processo de globalização, o turismo emerge como fenômeno capaz de gerar profundas mudanças na configuração espaço-territorial dos lugares onde ele se insere. Mudanças ocorrem em todas as dimensões: social, política, cultural, ambiental e, sobretudo econômica, posto que aflora como um dos principais segmentos econômicos em nível mundial.
As principais razões responsáveis pelo crescimento das atividades turísticas são: geração de emprego e renda, aumento das receitas estaduais e elevação da renda per-capita. Mais do que nunca o turismo pode ser designado como uma atividade econômica com grandes significados. Seus rumos e direções estão orientados para a obtenção de lucros, geração de riquezas e a satisfação dos consumidores que alimentam o sistema de produção/consumo.
Segundo a EMBRATUR (2000), a atividade turística no Brasil corresponde a 7% do Produto Interno Bruto (PIB) e já se tornou o terceiro segmento da pauta de exportações do país. Movimenta outros 52 setores da economia gerando um faturamento de US$ 25,8 bilhões, através das viagens de 45 milhões de brasileiros e 5,3 milhões de turistas estrangeiros que visitam o país, além de empregar seis milhões de pessoas no Brasil.
Por vezes, vislumbra-se no turismo uma alternativa para alimentar o desenvolvimento econômico de lugares que viram suas economias estagnarem. Neste afã em fazer do turismo uma opção de “salvação” da economia, apressa-se um processo de mudanças nem sempre desejado em termos de sustentabilidade ambiental. Com isto, desmistifica-se também a noção do turismo como “indústria sem chaminés”, isto é, que não degrada o meio ambiente.
No presente trabalho focaliza-se o papel do turismo como agente transformador dos espaços, tendo, muitas vezes, o Estado como a alavanca sustentadora desse processo. Como referência empírica, utiliza-se o desenvolvimento do turismo na Bahia a partir dos anos 90, particularmente no Sul do Estado, na chamada região do cacau, onde a cidade de Ilhéus é o referencial urbano mais tradicional.
Até o final dos anos 80, a lavoura cacaueira se constituía a base da economia regional. A primeira atividade econômica da região foi à extração do pau-brasil, seguida da cana-de-açúcar. Com a decadência da monocultura da cana-de-açúcar, iniciou-se o plantio do cacau. As condições de solo e clima foram determinantes no cultivo da lavoura cacaueira, cujas plantações foram se estendendo a tal ponto que, já nos fins do século XIX, constituíam-se no motor de engrenagem da econômica do sul baiano (BRITO, 2000, p. 52).
Segundo Lima (1998), o cultivo do cacau contribuiu para o processo de urbanização da cidade, pois, toda uma infra-estrutura urbana foi montada para atender aos interesses dos fazendeiros e exportadores do cacau - a construção da ferrovia Itabuna/Ilhéus e a ampliação do Porto e das rodovias vicinais. A cultura do cacau foi rapidamente absorvida pelo mercado externo, tornando-se a base da economia regional.
No entanto, um desequilíbrio no sistema cacaueiro e a queda de preços do produto no mercado externo provocaram sérios impactos sobre a economia regional e, segundo Brito (2000, p.41), “o número de empregos diretos e indiretos sofreu uma rápida redução de 400 mil para apenas 150 mil, gerando tensões sociais no campo e na cidade em dez anos”.
A crise afetou o principal parque industrial da região, e o principal parque da indústria de cacau do mundo, situado em Ilhéus. Em Trevizan e Marques (2004), retrata-se como várias indústrias que processavam as amêndoas do cacau ou que comercializavam a matéria prima, nesse município, fecharam, provocando desemprego nos setores rural, urbano e de serviços. Isto levou a região à estagnação econômica e um rápido empobrecimento da classe media regional e da classe trabalhadora.
Com o declínio da lavoura cacaueira, o turismo passou a ser apontado como solução para a estagnação econômica da região. Desde então, a iniciativa privada vem apoiando programas voltados para o planejamento e a exploração do turismo, principalmente, nas regiões Sul e Extremo Sul do estado da Bahia.
Dentre estes programas, destaca-se o PRODETUR/BA (Plano de Desenvolvimento Turístico), que abrange diversos setores, desde infra-estrutura básica, projetos de qualificação de mão-de-obra, até a implantação de complexos turísticos. Esse programa surgiu de uma parceria entre os Governos Estadual e Federal, coordenado pela Bahiatursa, objetivando o melhor aproveitamento de suas potencialidades e, redefinindo o espaço territorial baiano através do desenvolvimento turístico.
O PRODETUR/BA abriu um novo caminho para o incremento do turismo regional, através da captação de recursos privados para ampliação e modernização do parque hoteleiro existente na Bahia. Segundo a Bahiatursa o principal objetivo do programa é o desenvolvimento sustentável das regiões com potencial turístico, ou seja, melhorar a qualidade de vida da população regional, através da geração de emprego e renda, melhoria da qualidade dos serviços urbanos e do meio ambiente.
No entanto, a prática do turismo demanda infra-estrutura adequada para atender as exigências impostas pela lógica do mercado turístico (hotéis, pausadas, aeroportos, vias de acesso, saneamento básico), entre outros. Para suprir essa demanda, o meio ambiente natural funciona como importante matéria-prima, embora não a única e, conseqüentemente, sofre alterações em suas características, tais como o desmonte de dunas e falésias, poluição dos recursos hídricos, desmatamentos, além da poluição visual e sonora.
A esses fatores certamente se juntam as intervenções no cotidiano da comunidade local, o aumento da criminalidade e a degradação progressiva destes espaços. De maneira muito rápida, o turismo vem se consolidando como principal atividade econômica em várias cidades litorâneas da Bahia. Ilhéus é uma delas, localizada na região sul do estado (mapa figura 1), com, aproximadamente, 1.712 Km² de área superficial.
A população do município está estimada em 244 mil habitantes. Destes, 144 mil compõem a população urbana, (IBGE, 2000). O potencial natural do município está nos mais de 80 km de praias com coqueirais selvagens, além de florestas, estuários, rios, dunas e manguezais aos quais se soma o vasto potencial histórico-cultural, por conta do descobrimento e do período colonial, e por todo um legado da saga do cacau, internacionalmente divulgado pelos romances de escritores como Jorge Amado e Adonias Filho.
A cidade de Ilhéus data do século XVI, quando o rei D. João III criou as Capitanias Hereditárias. Prédios, Igrejas e casarões que datam dos séculos XVI, XVII e XVIII representam um misto de simbolismo e poder dos coronéis na construção da civilização do cacau e conferem à paisagem urbana rara beleza arquitetônica.
A descoberta de todo esse patrimônio cultural para o turismo de Ilhéus, entretanto, só veio a ocorrer após a crise que se abateu sobre a lavoura cacaueira, dizimada em conseqüência da vassoura-de-bruxa nos anos 90. A crise despertou os agentes imobiliários para a vocação natural da cidade, impulsionada pela iniciativa privada, com apoio do Estado.
Desde então, o poder público local tem realizado ações pontuais no que se refere à implantação de infra-estrutura básica para o desenvolvimento do turismo de Ilhéus. Resta saber quais alterações o desenvolvimento do turismo vem provocando na configuração espaço-territorial da cidade, e em que medida o desenvolvimento desse setor compreende a sustentabilidade do espaço urbano litorâneo?
Ao Norte, a cidade limita-se com os municípios de Aurelino Leal e Uruçuca; ao Sul com o município de Una; ao Sudoeste com Itabuna, Itajuípe e Coaraci; a Oeste com Itapetinga; e a Leste com o Oceano Atlântico. A topografia da cidade é bastante irregular, caracteriza-se por duas grandes feições geomorfológicas: um conjunto de elevações constituídas por morros e encostas e a parte baixa formada por uma planície litorânea, separada do continente pelos rios Cachoeira, Almada e Fundão.
Os solos do município foram formados sob abundante precipitação de temperaturas elevadas e estão enquadrados entre os solos ferruginosos e ferralíticos das regiões tropicais. Do ponto de vista geológico, Ilhéus é caracterizada pela ocorrência de terrenos muito antigos, formados de rochas cristalinas de alto grau de metamorfismo. A rede hidrográfica é representada pelas bacias dos rios Cachoeira, Almada e Santana, além de pequenos cursos d'água que desembocam diretamente no mar.
O clima de Ilhéus, segundo a classificação Köpen, é Af, representativo de um clima quente e permanentemente úmido de floresta. Sua temperatura média anual é superior a 24ºC. No mês mais frio, a média é superior a 21ºC, característico de clima quente. (CRA, 1994, p. 10). Ao norte se localizam as praias do São Miguel, do São Domingos, Juerana, Barra Nova, Tulha, Mamoan e Ponta do Ramo. Ao sul estão localizadas as praias dos Milionários, uma das mais movimentadas; Curupe, Backdoor, Olivença, Canabrava e do Acuípe.

O TURISMO COMO PRÁTICA SOCIAL: UM INSTRUMENTO DE APROPRIAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DO TERRITÓRIO

O turismo tem merecido cada vez mais a atenção dos estudiosos das ciências sociais e nestas, inclui-se a geografia, produzindo uma série de reflexões sobre o caráter global desta atividade. Segundo vários autores (RODRIGUES, 1997; CARLOS, 1996; LUCHIARI, 2000; LEMOS, 2000; CRUZ, 2000 e URRY 1996), trata-se de um fenômeno global, com expressões econômicas, políticas, sociais, culturais e ambientais, que confere a esta atividade papel importante na produção e consumo do espaço.
No entanto, apesar de ser considerada uma atividade moderna, o turismo abriga em seu bojo fenômenos tão antigos quanto à própria civilização em sua materialização concreta sobre a superfície da Terra. França (2003, p.25), ao realizar uma análise do processo histórico do turismo afirma que foi no século passado, em pleno desenvolvimento da revolução industrial e do capitalismo liberal, que COOK, em 1841, aproveitando-se das facilidades provocadas pelo desenvolvimento dos transportes e comunicações, relacionou estes a fatores como hospedagem e alimentação de qualidade, surgindo então a atividade turística propriamente dita. À medida que evoluiu os aspecto políticos, econômicos, sócio - culturais e tecnológicos da sociedade capitalista, evoluiu a atividade turística, enquanto atividade econômica ligada a frações da burguesia comercial e financeira. Chega-se assim, ao chamado turismo organizado, destinado a um mercado consumidor que se amplia à proporção que se distribui melhor a renda nas diferentes sociedades ou países.
Para Ianni (1996), o elemento novo, a partir do final do século XX, é o processo de mundialização do capital. Com a crise do modelo fordista os serviços surgem como reestruturação do capital. O capital descobre estratégias de beneficiar-se com ele e a partir dele.
Para se desenvolver, o turismo necessita de pessoas com poder de consumo e tempo livre; assim submete o Estado em favor do mercado. O Estado regulamenta as atividades profissionais por meio de leis trabalhistas e lança em todo o mundo a oportunidade de que fosse ofertada ao trabalhador uma melhor utilização de seu tempo livre. Assim o capital transforma lazer em mercadoria – uma nova forma de acumulação do capital.
Enquanto atividade econômica, o turismo sempre esteve ligado ao desenvolvimento do capitalismo. Seus rumos e direções foram orientados para a obtenção de lucros, geração de riquezas e satisfação dos consumidores que alimentam o sistema de produção e de consumo. Nesse processo, o turismo vai produzir e reproduzir espaços elitizados para atender as necessidades das classes que podem comprar o lazer. Assim, o turismo materializa-se na lógica do capital, uma vez que transfere valor aos patrimônios natural e cultural dos lugares.
Nesse contexto, o lugar torna-se meio e produto das relações de força e poder, produzidos para e pelo turismo. Meethan (2001) chama a isto como um processo de modificação e consumo dos espaços, típico do capitalismo moderno, enquanto Ateljevic e Doorne (2002) revelam que no discurso de configuração e re-configuração dos espaços para o turismo, é possível identificar, uma teia de relações sociais e estrutura de poder.
Embora Gottdiener (1999, p. 200) entenda que os espaços posam ser pensados como produtos de articulações políticas e que as articulações entre forças políticas e forças ideológicas sejam importantes na produção dos espaços, freqüentemente, essas forças não deixam explícitos os interesses de grupos ligados ao poder, nas entrelinhas do discurso utilizado na configuração de espaços.
Os espaços turísticos são produzidos pelos agentes de mercado, sobretudo para atender aos interesses do capital que para isso foi produzido. Nesse processo de alcance mundial, o imaginário global se constitui uma força que leva as pessoas a criarem necessidades, referenciais segundo um padrão determinado pelas forças econômicas dominantes.
Para Ferrara (1994, p.49), o imaginário global leva a uma padronização espacial que cria uma sensação de igualdade nos ambientes visitados: “esteja onde estiver, visualmente as referências estéticas são sempre as mesmas”. Na compreensão de Carlos (1996), o imaginário global se reflete na artificialização dos lugares que atendendo à racionalização da atividade turística, descaracteriza o sentido originário de sua existência, sendo produzido um outro lugar.
Cidades inteiras se transformam com o objetivo precípuo de atrair turistas. Esse processo provoca, de um lado, o sentimento de estranhamento – para os que vivem nas áreas que num determinado momento se voltam para atividade turística – e, de outro, transforma tudo em espetáculo [...]. (1996, p: 26).
Na visão de Donaire (1998), esse processo é tão abrangente a ponto de transformar alguns lugares em verdadeiras metáforas da aldeia global. Nesses lugares veiculam uma ideologia do reconhecível e do discurso impositivo, estruturando uma tematização que se apresenta como um resumo do mundo em pacote vendável, planificados e concebidos integralmente).
A procura pelo natural ou pela sua representação, mesmo que artificial, torna-se um dos símbolos da sociedade no final do século XX. Surge aquilo que Shields (1991 p.63) chama de “espaços-à-margem”, porque não estão sujeitos ao espaço preexistente, tampouco mantêm relação com a realidade que os envolve. O Complexo Turístico Sauípe na Bahia é exemplo de um espaço produzido artificialmente para atender as necessidades do mercado turístico.
O poder público, através de articulações políticas, exerce um importante papel enquanto propiciador das condições gerais de reprodução do capital, conforme argumenta Carlos (1997 p.15). No Brasil os governos, Federal, Estadual e Municipal com ajuda e apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), criaram vários programas voltados para a ordenação e planejamento do turismo no país.
Dentre os programas criados se destacam a EMBRATUR (Decreto no 55, de 18/11/66), autarquia especial vinculada ao Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo, com sede e fórum em Brasília, e jurisdição em todo o território nacional, tendo por finalidade formular, coordenar, executar e fazer executar a Política Nacional do Turismo através de planejamentos e indicação de obras necessárias (BAHIATURSA, 1992).
No ano de 1992 foi criado o PNMT - Programa Nacional de Municipalização do Turismo. Desenvolvido e coordenado pela EMBRATUR, mediante a adoção da metodologia da Organização Mundial do Turismo - OMT - adaptada à realidade brasileira, com o propósito de implementar um novo modelo de gestão da atividade turística, simplificado e uniformizado, para os Estados e Municípios, de maneira integrada, buscando maior eficiência e eficácia na administração da atividade turística, de forma participativa.
Segundo Donaire (1998), “este modelo de turismo inclui a participação de todos os agentes que intervêm no processo turístico - os profissionais do turismo, as comunidades locais, as associações comunitárias e outros agentes econômicos e políticos”.
Ainda nos anos de 1990 foi criado o Plano Municipal de Desenvolvimento do Turismo Sustentável, objetivando conscientizar os municípios sobre o fato de que, somente possuir atrativos e potencial turístico não seria suficiente para que o turismo se consolidasse como atividade econômica. Nesta perspectiva o turismo veiculava como instrumento de desenvolvimento, ou seja, geração de empregos e renda, melhoria da qualidade de vida da população e preservação de seu patrimônio natural e histórico/cultural.
Foi nesta mesma década que o turismo passou a ser visto como atividade estratégica para o desenvolvimento da economia baiana e, a partir de então, o Estado adotou um planejamento detalhado para o seu sucesso. Em razão disso, a Secretaria da Cultura e Turismo ficou com a função de planejar e captar recursos para financiamentos e investimentos privados, e a BAHIATURSA passou a exercer um papel operacional, fornecendo estudos e estatísticas, cursos de treinamento de mão-de-obra, campanhas de “Marketing” entre outros.
Mesmo que a crise financeira atingisse diversos países, o turismo se manteve como uma atividade resistente frente às adversidades, demonstrando uma capacidade de adaptabilidade e de rápida recuperação do cenário econômico. Este contexto gerou a idéia de redenção econômica, principalmente para os lugares que passavam por uma estagnação econômica e apresentavam características que indicavam a possibilidade de onde a principal atividade econômica tem sido a monocultura cacaueira que enfrentou, na década de 1990, a pior crise econômica e social de sua história, devido à desestabilização de preços do cacau no mercado externo e desestruturação do setor produtivo, em função de doenças e do clima, associados à organização social da produção regional (TREVIZAN, 1999).
Tais fatores contribuíram numa substancial redução das atividades produtivas no setor rural e urbano, gerando a desestabilização do setor produtivo regional e, conseqüentemente, desemprego em todos os setores da economia local (BRITO, 2000; MACEDO, 2002; PDRS, 1997). Este contexto provocou a busca de alternativas de desenvolvimento mais compatíveis com as novas condições socioeconômicas na região. A partir de então, o turismo passou a ser apontado como uma solução para estagnação econômica na região.
Os agentes imobiliários, com apoio do poder público, têm realizado ações na implantação de infra-estrutura básica para projetos turísticos na cidade (PDRS, 1997). A idéia de desenvolvimento localizado se fortalecia ideologicamente na perspectiva da estabilização econômica através do turismo - uma atividade que se apresenta lucrativa e geradora de riqueza em escala mundial. No entanto, como toda atividade econômica centrada nas relações comerciais, na troca de serviços por moeda, o turismo, para se territorializar, necessita do meio ambiente natural e de elementos culturais.
Segundo Luchiari (2000), o desenvolvimento das atividades turísticas implica na apropriação e consumo do espaço para a sua reprodução. Sua apropriação ocorre pela incorporação de componentes adequados e necessários à exploração da atividade turística. É exatamente nesse processo que, conforme Rodrigues (1999), o espaço natural é alterado e valorizado pela incorporação de equipamentos turísticos necessários à sua melhor utilização. Ela ainda acrescenta:
Nesse processo um dos limites efetivos é a natureza, que como um cenário deve ser mantido e preservado para permitir sua “apropriação” [...], a descoberta de que a natureza é um limite ao chamado desenvolvimento capitalista impõe à ciência e à técnica o maior desafio: superar este limite, criar as possibilidades de o “infinito invadir o efetivo”.
O turismo é uma atividade que se manifesta de várias formas. Ao mesmo tempo em que é bem de produção, é também um bem de consumo. Enquanto bem de produção, se beneficia da infra-estrutura básica implantada no território urbano ou em qualquer outro território que se vincule à atividade turística. Enquanto bem de consumo, se beneficia do potencial natural e cultural, apresentado pelo lugar.
A articulação e interdependência desses dois processos, isto é, o da interação entre bem de consumo e o de bem de produção, é possível, graças à organização dos sistemas capitalistas através de relações, dialeticamente construídas pelos agentes que atuam na produção dos espaços turísticos.
De acordo com Cruz (2000, p.13), as ações dos agentes que atuam na produção dos espaços turísticos “abrigam dois processos distintos e complementares de apropriação e reprodução de espaços pelo turismo e para o turismo, que são: a urbanização turística dos lugares e a urbanização dos lugares para o turismo”.
É importante deixar claro que o processo de apropriação e reprodução de espaços pelo turismo e para o turismo envolve diferentes agentes e diversos processos que são vivenciados e produzidos com base em relações socais internas e externas à cidade. Essas relações, ao se materializarem, produzem transformações no espaço e se processam na morfologia urbana, gerando novas configurações espaço-territoriais. Segundo Lefebvre (1991p. 49),
Talvez devêssemos introduzir aqui uma distinção entre a cidade, realidade presente, imediata, dado pratico – sensível, arquitetônico – e por outro lado o urbano, realidade social composta de relações a serem concebidas, construídas ou reconstruídas pelo pensamento. Todavia, [...] A vida urbana, a sociedade urbana, numa palavra o urbano não podem dispensar uma base prático-sensível, uma morfologia.
Sendo assim, a cidade e o urbano são indissociáveis, se definem como a totalidade espaço - territorial fundamentada no desenvolvimento de relações que envolvem diferentes agentes num processo continuo e dialético. Segundo Corrêa (1993, p. 12) "estes agentes são os proprietários dos meios de produção, [...] os proprietários fundiários; os promotores imobiliários, o Estado; e os grupos sociais excluídos".
A ação conjunta desses agentes, num contexto de inter-relação, de disputas de interesses, de embates, conflitos e lutas cotidianas possibilitaram a construção do espaço urbano. Sendo assim, o espaço urbano é [...] e sempre será um espaço afeiçoado pelo homem [...] será sempre um espaço produzido. Resultado de relações dialéticas e ações acumuladas através do tempo que se materializam historicamente. (GARNIER, 1997, p. 71).

A CULTURA: UM FATOR DE ATRATIVIDADE TURÍSTICA

De acordo com Santos (1994), é importante incluir nessa análise a influência de fatores culturais. O componente da informação, dos costumes, dos valores não pode ser esquecido no processo de produção e transformação dos espaços.A cultura abrange a construção de uma racionalidade, na qual os símbolos, os significados, os valores e as crenças moldam a percepção de cada indivíduo e se manifesta materialmente na sua relação com o meio ambiente natural e construído.
A vida nas cidades, em decorrência da concentração urbana, da agitação e da poluição, provoca o anseio de espaço, de natureza e do mar, iniciando o que segundo Madruga (1992), chama-se litoralização efetiva. Essa litoralização, fruto do processo de ocupação dos espaços litorâneos, principalmente em função do turismo, segundo Luchiari, (1999, p. 116), não só cria novas funções, recupera antigas práticas e bens culturais através das atrações turísticas para a região em que se insere, mas, também, recria espaços e produz paisagens. Em outras palavras o turismo cria outra finalidade para o território, a praia deixa de ser um lugar de trabalho para ser um lugar de lazer e consumo. Segundo Corbin, (1989), o litoral adquiriu importância não apenas como meio natural, mas também como fator econômico e social. Atualmente o litoral é objeto de pressões: industrial, urbana e turística, causadas pela ocupação desordenada e degradação do ambiente.
Os investimentos capitalistas para o desenvolvimento do turismo nas regiões litorâneas raramente são acompanhados de um planejamento que vise a gestão território-ambiental dos espaços. O afluxo de turistas para o litoral tem provocado uma ocupação desordenada dos sítios litorâneos, devido a uma ocupação extensiva do espaço, com implantação de infra-estruturas viárias, comerciais e de lazer, freqüentemente avançando para o mar.
Esta situação pode ser constatada em ambientes urbanos do litoral baiano como, por exemplo, em Ilhéus e Porto Seguro. A expansão do turismo urbano tem provocado impactos causados pelo desmatamento de áreas de manguezal e ocupação da linha da praia, conforme registros do Centro de Recursos Ambientais da Bahia (1994).
No caso particular de Ilhéus, a situação dos manguezais, tanto no litoral norte e sul como também no centro da cidade, é bastante crítica no que se refere ao corte, aterro e ocupação desses ecossistemas. Os aterros têm provocado sérios impactos, que vão desde alterações nos trechos adjacentes até inundações nas áreas alagadiças, provocando a morte de animais e da vegetação não adaptada a essas condições. Com o aterramento, todo o equilíbrio ambiental dessa área está sendo afetado, gerando distúrbios que comprometem a produtividade dos manguezais e, conseqüentemente, de toda fauna marinha (CRA, 1994, p.19).
O crescimento das atividades turísticas em todo o Nordeste é reflexo do processo de valorização dos litorais tropicais e das políticas públicas de turismo adotadas para a região, principalmente na década de 1990 (Silva, 1996). Segundo Cruz (2000, p. 9), a política turística sofre forte intervenção do Estado no planejamento, legislação e implantação de infra-estrutura básica para o desenvolvimento da atividade turística.
É necessário perceber essa relação entre turismo, poder público e urbanização, uma vez que os espaços urbanos se constituem como suporte e atrativo para o turismo (infra-estrutura). Rodrigues (1997) chama a atenção para a ocupação e a exploração dos espaços litorâneos em função do turismo.
A urbanização turística desordenada tem trazido muitos problemas às comunidades locais, como conflitos sociais, devidos à questão da posse da terra, mudanças no padrão de comportamento e a agressão ao meio ambiente, causando danos ao espaço urbano e à qualidade de vida das populações locais.
Estudos comprovam (ANJOS, 1996; TULIK, 2001; CRUZ, 2001) que a urbanização turística desordenada tem provocado profundas alterações no meio ambiente natural (áreas de mangues, em decorrência das novas estruturas e equipamentos urbanos implantados nessas áreas. Segundo Oliveira (2000, p.65), a evolução da dinâmica sócio-espacial começa a sofrer alterações significativas, devido às grandes mudanças sociais da própria comunidade, provocadas por transformações da conjuntura regional e nacional).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O turismo é um fenômeno de características espacialmente abrangentes, posto que abarca várias dimensões: social, política, cultural, ambiental e econômica. Por esta razão, o turismo associa-se a sustentabilidade/ insustentabilidade dos espaços onde se insere. Pode-se considerar neste momento, que a associação com a sustentabilidade contribuiu de fato para a expansão das atividades turísticas principalmente em lugares onde a economia atravessa períodos de estagnação.
Em termos concretos, o turismo efetiva-se, com maior expressão nas cidades litorâneas, já que o litoral constitui-se num fator de atratividade das atividades turísticas, não só na Bahia como em todo o Nordeste, como se quisesse continuar reproduzindo uma antiga sociedade cujos interesses estivesses voltados para além do mar. As conseqüências desse crescimento podem ser percebidas através das transformações na configuração espaço territorial das cidades.
Os impactos ambientais estão presentes na degradação dos manguezais e poluição dos recursos hídricos e das praias. Soma-se a esse quadro a descaracterização do patrimônio arquitetônico local. No entanto, vale ressaltar que a descaracterização da paisagem não é, pois, resultado da ação de um único agente, é, sobretudo, resultado de um conjunto de fatores e aí se inclui o fator cultural que, se materializa na paisagem urbana.
De modo geral, muitos são os impactos que afetam os espaços turísticos e, embora encontrar uma solução para tais impactos não se constitua objetivo desse estudo, buscou-se conhecer melhor a relação turismo /espaço urbano litorâneo na tentativa de analisar esta relação como parte de um processo continuo e dialético, tão logo em construção. Não se trata de descartar o turismo enquanto fonte de desenvolvimento dada à importância desse fenômeno no setor produtivo.
No entanto, as reflexões ora apresentadas sinalizam para o desenvolvimento de ações que envolvam planejamento e mecanismos eficazes de preservação na gestão território –ambiental A intenção é contribuir, acima de tudo, com o debate acerca da relação turismo/ espaço urbano, discussão que se deve refletir em políticas com ações direcionadas para um turismo orientado para a real sustentabilidade das cidades litorâneas.

Autores: Gilsélia Lemos Moreira e Salvador Dal Pozzo Trevizan
Fonte: Revista Turismo

Análise dos subsistemas no  texto na aula de TGT dia 25-05-10
Professora Magali Regina

Caravelas está dividida entre as baleias e a história

Parque de Abrolhos e resquícios da época do Descobrimento

 A baleia Jubarte, que visita o arquipélago de julho a novembro


Visual a partir da Ilha Siriba, a única que pode ser visitada por turistas no arquipélago
Foto: Thaís Cerioni - Grupo Viagem

Atobá branco, ave típica da região
Foto: Thaís Cerioni - Grupo Viagem

Ao fundo, a ilha Sueste
Foto: Thaís Cerioni  - Grupo Viagem


Ilha de Santa Bárbara, localizada fora do Parque Marinho de Abrolhos e controlada pela Marinha
Foto: Thaís Cerioni - Grupo Viagem



A passagem do Beagle por Abrolhos
"As ilhas dos Abrolhos, vistas de uma certa distância, são de um verde brilhante. A vegetação consiste de plantas suculentas e gramina, entremeadas com alguns arbustos e cactos. Embora pequena, minha coleção de plantas de Abrolhos contém quase todas as espécies que ali florescem, acho eu. Pássaros da família dos totipalmados são extremamente abundantes, tais como atobás, rabos-de-palha e fragatas. Talvez o mais surpreendente seja o número de sáurios; quase todas as pedras têm o seu lagarto correspondente; aranhas em grande número; o mesmo com ratos. O fundo do mar em volta é densamente coberto por enormes corais cerebriformes (corais pedrentos, solitários, de aparência semelhante ao cérebro); muitos tinham mais de uma jarda (90 cm) de diâmetro."


Charles Darwin, 29 de março de 1832.

Fonte:  "Aventuras e Descobertas de Darwin a bordo do Beagle"
Jorge Zahar Editor

terça-feira, 25 de maio de 2010

Reserva Mamirauá

Estudo do texto “Ecoturismo na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá: Retratos de uma Realidade Promissora” da obra – Planejamento e Gestão em Turismo, cuja organizadora é Deise Maria Fernandes Bezerra. Editora Roca.



A RDSM com cerca de 1.124.000 ha é a única no mundo formada inteiramente por florestas inundáveis de várzea, um ecossistema de grande produtividade e valor ecológico e cultural. Foi a primeira unidade de conservação no Brasil a conciliar pesquisa para a conservação e o manejo da biodiversidade com a participação ativa, preservação e desenvolvimento sócio-econômico das culturas ribeirinhas locais. Dentre as várias atividades do Instituto Mamirauá na área, há a implementação de alternativas econômicas para as populações locais, o Programa de Ecoturismo é umas destas alternativas e foi iniciado em 1998. Os objetivos principais do Programa são promover a conservação da biodiversidade e a melhoria da qualidade de vida da população local, diminuindo a pressão sobre os recursos naturais. Além disso, o Programa visa divulgar aos visitantes o trabalho de conservação da várzea amazônica realizado na RDSM. Em 2003, a RDS Mamirauá ganhou o título de melhor Destino de Ecoturismo da Revista Conde Nast Traveler e o Prêmio de Turismo Sustentável na categoria conservação da Revista Smithsonian.












Questionário de Teoria Geral do Turismo - TGT
Professora: Magali Regina 

Itajaí - Santa Catarina

 
                 
Com aproximadamente 170 mil habitantes, Itajaí é uma cidade portuária que chama a atenção por ser extremamente limpa e bonita e por oferecer aos seus moradores uma ótima qualidade de vida. Itajaí é uma cidade onde a natureza e o progresso convivem em perfeita harmonia. A localização estratégica, próxima aos grandes pólos têxteis do Estado e do Beto Carrero World, juntamente com o Porto de Itajaí e as belezas naturais, fazem de Itajaí uma das mais importantes cidades turísticas de Santa Catarina.
Colonizada principalmente por alemães e açorianos, Itajaí é sede de um dos principais eventos de outubro em Santa Catarina, a Marejada. É a maior festa portuguesa realizada no Brasil, que além de divulgar os potenciais econômicos e turísticos da região, apresenta grupos folclóricos, bailes, shows de bandas nacionais e internacionais e a saborosa culinária típica. Itajaí possui ainda vários prédios estilo açoriano preservados, destacando-se a Igreja Imaculada Conceição, o Museu Histórico e o Mercado Público Municipal.
Situada na foz do Rio Itajaí-Açu, Itajaí tem no seu moderno porto uma das principais bases de sua economia. Grandes investimentos foram realizados nos últimos anos pelo governo e empresas privadas, fazendo de Itajaí um dos principais pólos econômicos de Santa Catarina. O comércio atacadista de combustível, juntamente com a pesca e produção industrial também merecem destaque. Em Itajaí foi construído o primeiro píer exclusivamente turístico do Brasil, com objetivo de atrair navios de passageiros, incrementando a atividade turística na cidade e região.

Atrativos Turísticos


  • Praias


Praia do Atalaia


Ótima para a prática do surf , é o point dos jovens em todas as épocas.

Praia Brava


3km de praias que encantam o turista.




Praia de Cabeçudas

Retrata todo o charme e elegância do local, sendo totalmente urbanizada e cercada por belas casas, oferece competições e a beleza ímpar que agradam todos que a visitam.


Praia do Geremias


Com praias rasas e tranqüilas, é uma opção de segurança e diversão, especialmente para as crianças.


 
 
  • Edifícios Históricos

Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento


Com arquitetura que mistura elementos góticos e românticos, inaugurada em 15 de novembro de 1955, a Igreja Matriz é um símbolo de beleza e fé localizado na região central de Itajaí. No seu interior, existem pinturas de artistas italianos além de vitrais que relatam importantes passagens na bíblia.


Igreja da Imaculada Conceição


Localizada no centro histórico de Itajaí, é o monumento mais antigo da cidade. Resultado da ampliação da antiga matriz edificada a partir de 1834 pelo escravo Simeão, a igreja fascina pela sua decoração com belos exemplares da arte sacra e é decorada com painéis e pinturas do artista itajaiense Dide Brandão.

Mercado Público Municipal


Construído no ano de 1917 e totalmente restaurado, mantendo-se a arquitetura original, o Mercado Público Municipal possui várias lojas que vendem desde artesanato local até peixe fresco de ótima qualidade. O chafariz no pátio interno merece destaque.

  • Outras opções


Bico do Papagaio


Sendo um cartão postal da cidade, o Bico do Papagaio é um monumento natural esculpido na rocha, lembrando a ave.

 
Morro da Cruz


Com 180 metros de altura, o turista pode ver uma belíssima e inesquecível imagem da cidade, onde o Rio Itajaí-Açu vai de encontro ao mar.



  • Marejada


A maior festa Portuguesa e do pescado do Brasil faz parte do calendário catarinense das Festas de Outubro. A festa tem como atrações apresentações de grupos folclóricos portugueses, shows, feira de produtos artesanais, bailes e diversas bandas nacionais e internacionais. Porém, o principal atrativo é a maravilhosa gastronomia à base de frutos do mar e bacalhau, a grande estrela da Marejada. Mais de 600 atrações atraem milhares de turistas todos os anos para a cidade para visitar essa festa familiar e muito divertida!
 
 
 
 
Tema do trabalho de Políticas Públicas no Turismo - PPT
Professor: Vicente Fonseca






domingo, 23 de maio de 2010

Os mandamentos do Turista responsável

“Tire somente fotografias, deixe apenas pegadas e leve para a casa só suas memórias”. Esse pensamento, há tempos considerado o slogan do turista responsável, mais do que nunca é válido, mas sua prática isolada já é insuficiente para evitar que o turismo se transforme de solução em vilão. Tido como importante alternativa para o desenvolvimento sócio-econômico, principalmente de regiões consideradas patrimônios culturais ou naturais, o turismo sem os devidos cuidados, tanto por parte dos governantes quanto do turista, pode acelerar o processo de degradação desses locais. E não basta mais ao turista se preocupar com suas ações no local visitado. O turismo responsável começa antes mesmo de se sair de casa, quando, por exemplo, é escolhido o meio de transporte - coletivo ou individual - ou é decidido o que levar na mala.O conceito de turismo responsável também ultrapassa a preservação do meio ambiente. Ele engloba, ainda, o respeito ao patrimônio cultural dos povos e comunidades visitados. A revista Viagem e Turismo, da Editora Abril, relacionou os 10 mandamentos do turista responsável, pequenos cuidados que podem fazer com que uma viagem de negócios ou de lazer seja menos nociva ao planeta - cultural e ambientalmente.

1 - Vá a pé: veículos são um dos grandes responsáveis pela emissão de gases estufa. Dependendo do tamanho do trajeto, pra que pegar usar o carro?
2 - Prefira hotéis verdes: procure hospedar-se em locais que se preocupam com práticas como coleta seletiva de lixo e uso racional da água e da energia.
3 - Faça malas leves: você vai precisar mesmo de tudo o que está colocando na mala? Quanto mais pesada ela for, mais combustível será consumido pelo meio de transporte e, logo, mais gases estufa serão lançados na atmosfera.
4 - Recolha seu lixo: até mesmo as cascas das frutas que você leva de casa devem ser jogadas no lixo e não abandonadas na mata. Elas podem conter microorganismos que vão afetar a harmonia do ecossitema visitado.
5 - Cuidado com o que come: informe-se sobre o que está comendo. Diga não a alimentos que utilizam agrotóxicos e pesticidas nocivos ao meio ambiente, ou que são produzidos com mão-de-obra subempregada.
6 - Compre artesanato local: assim você contribuirá para o desenvolvimento da região. Por isso, ao comprar aquelas lembranças para os amigos e parentes, certifique-se de que elas foram produzidas ali mesmo e não na China.
7 - Neutralize sua viagem: apesar da discussão sobre sua eficácia, o plantio de árvores para neutralizar a emissão de carbono pode ajudar. Vários sites, como o da Fundação SOS Mata Atlântica, ajudam a calcular o quanto liberamos de gás carbônico. Mas lembre-se do mandamento nº 1: sempre que possível, opte por não emitir gases estufa.
8 - Conjugue o verbo reutilizar: roupas de tecidos como Tactel ou Dry Fit secam muito rápido e podem ser lavadas com pouca água na pia do quarto do hotel. Prefira pilhas recarregáveis. Sua toalha precisa mesmo ser trocada a cada banho?
9 - Respeite os hábitos e a legislação locais: faça de tudo para agir de acordo com os costumes e as leis do local que está visitando. Não contrate guias subempregados, respeite as leis de trânsito e não entre em locais e áreas não permitidos.
10 – Valorize a cultura local: ao viajar, entramos em contato direto com manifestações culturais diferentes. Observe, admire, participe. Mas nunca caçoe.



Experimente colocar em prática!






Turismo no espaço rural e natural

Entender o que é turismo rural, implica antes de tudo, conhecer a diversificação geomorfológica do espaço rural brasileiro e da cultura do nosso homem do campo. Além disto, é preciso ligar a atividade, ao fenômeno turismo, assim como os conceitos de ócio, lazer e viagem dispersos dentro de um cenário rural. Embora sendo um país com uma diversidade tão grande, definir o que é rural no Brasil é relativamente simples, o que já não é, para os países europeus. Ainda que a atividade de Turismo Rural no Brasil já aconteça a mais de 14 anos, não existe até a presente data, nenhuma legislação ou política de fomento a esta atividade. O processo que se que se desenvolve hoje no país, é fruto da força da mídia e da necessidade que o produtor rural em de buscar novas fontes de renda para a sua sobrevivência. Por se tratar de uma atividade ainda recente, há muito poucos profissionais com experiência prática nesta atividade. Conseqüentemente, poucos organismos e/ou entidades vem apoiando o desenvolvimento rural no Brasil.
Partindo-se do pressuposto que no Brasil o conceito de Rural é uniforme, podemos conceituar Turismo no Espaço Rural, ou simplesmente Turismo Rural como:
"Turismo Rural são todas as atividades turísticas endógenas desenvolvidas no meio ambiente natural e humano".
A concepção de turismo rural é bastante abrangente, pois apresenta muitos pontos comuns com outras atividades no mesmo espaço.. Ex: Turismo ecológico, Turismo Cultural, Turismo Aventura, Turismo Esportivo, etc.
Em determinadas situações, cada atividade pode ser identificada isoladamente, em outras, elas se complementam. Ex: É possível ter uma propriedade que se desenvolve a conceituação plena do Turismo Rural, mas pelas características naturais da área, pode ser agregada como fator atratividade, outras atividades de cunho ecológico, cultual ou esportivo.
Dada as características das áreas rurais brasileiras, é muito comum esta multiplicidade de atividades turísticas no Turismo Rural.

Elementos Básicos da Atividade Turismo Rural
A atividade do Turismo Rural, deve ser obrigatoriamente em harmonia com os seguintes interesses:
  •  Da comunidade local
  • Do turismo
  • Do meio ambiente
A harmonização destes fatores, significa garantir a sustentabilidade da atividade através dos três elementos básicos:
  • Elementos culturais/antrópicos
  • Elementos ecológicos
  • Elementos econômicos
Princípios Fundamentais da Atividade Turística no Espaço Rural

Para que se possa oferecer um produto que atenda ao perfil do consumidor do turismo rural, é necessário que o produto obedeça aos seguintes princípios:  

Desenvolvimento da Atividade Turística no Espaço Rural


Conscientização
O turismo rural no Brasil é uma atividade emergente. Por um lado temos o Produtor com a necessidade de agregar valores a seus produtos e buscar novas fontes de renda a sua produção. Por outro, muitas pessoas (entidades, instituições e Profissionais) querendo mostrar novas alternativas para o campo, entre outras o Turismo Rural. Então, têm-se percebido muita informação desencontrada, teoria sem consistência, resultados pontuais que não retratam a realidade da atividade no país, modelos importados entre outros. Portanto, ao se interessar pelo assunto ou promover sua divulgação, pesquise sobre o tema, informe-se sobre os profissionais e suas experiências, modelos e projetos implantados.



O propósito deste livro é proporcionar, àqueles que se interessam pelo turismo rural, um conjunto sistematizado de informações básicas, baseadas na experiência do autor, sobre essa atividade, sem contudo, tornar essa publicação um conjunto de verdades acabadas. Mas, ao contrário, em consonância com esse processo, provocar os leitores para que cada um encontre seu próprio caminho quando da implantação dessa atividade. Não existe uma receita pronta que atenda a todos os casos, mas exigências que são comuns a todos os projetos de implantação dessa atividade ou negócio.
Este livro auxiliará o leitor na implantação dessa atividade, enfocando temas como as perspectivas do meio rural, componentes de um produto turístico, conceitos básicos de planejamento, controle financeiro, marketing, entre outros. A preocupação básica é que o leitor tenha uma visão clara e de modo simples dos pontos mais importantes que devem ser observados, quando da implantação dessa atividade.

Autor: José Geraldo Fernandes de Araújo, Pós-Doutorado em Turismo Rural.
ISBN: 85-88216-69-8
Editora: Aprenda Fácil Editora
Ano de Publicação: 2000










sábado, 22 de maio de 2010

Veneza - Itália

                            

É uma cidade e comuna italiana da região do Vêneto, província de Veneza no nordeste de Itália. Tem cerca de 271.009 habitantes, estende-se por uma área de 412 km², incluindo as ilhas de Murano, Burano e outras na lagoa de Veneza, tendo uma densidade populacional de 646 hab/km².

                              

Veneza é mundialmente famosa pelos seus canais. A cidade foi construída sobre um arquipélago de 118 ilhas formadas por cerca de 150 canais numa lagoa rasa. As ilhas em que a cidade é construída são ligadas por cerca de 400 pontes. No velho centro, os canais servem a função de estradas, e de qualquer forma de transporte sobre a água ou a pé. No século XX, um aterro permitiu uma ligação ao continente, a construção da estação ferroviária de Venezia Santa Lucia em Veneza, uma estrada para automóveis e um estacionamento.


                          

Para além destas ligações para o continente no extremo norte da cidade, o transporte dentro da cidade continua a ser, como foi em séculos passados, inteiramente na água ou em pé. Veneza é a maior urbe da Europa com áreas livres para carros, única na Europa, permanecendo um considerável funcionamento da cidade no século XXI totalmente sem carros ou camiões.


PONTOS TURÍSTICOS E CULTURAIS


                                     

A influência de Veneza estendeu-se naturalmente ao nível cultural ao longo da História. 


                              

O Carnaval de Veneza é uma festa carnavalesca que dura dez dias e em que os participantes costumam usar trajes típicos do século XVIII e máscaras. Nesses dias há em geral um acréscimo na já normal grande afluência de turistas à cidade. Interrompido em 1797, foi somente retomado na década de 1980.


Basílica de São Marco 

             
                                                   Canais de veneza


Palácio Contarini del Bovolo

Palácio Ducal


Palácio Grassi


Ponte dos Suspiros

Ponte di Rialto






Petra é cidade mais turística da Jordânia


Petra é uma cidade situada na Jordania, escondida nas montanhas, cujo complexo arquitetônico foi todo construído em pedra. Petra é um tesouro arqueológico, uma cidade 'cor-de-rosa' de mais de 2 mil anos, declarada Patrimônio da Unesco desde 1985 e escolhida como uma das sete novas maravilhas do mundo em 2007.
A cidade roséa Petra, fica a 260 quilômetros de Amã, capital da jordania e suas ruínas foram redescobertas pelo ocidente em 1812, quando um aventureiro Suíço chamado Johann L. Burckhardt encontrou o local. Após várias escavações realizadas no século passado, foi revelado centenas de monumentos e tumbas esculpidas em pedras que possuem cores avermelhadas e tons rosa. No primeiro milênio antes de Cristo, Petra foi um importante centro comercial dominado pelos reinos Edomita e dos Nabateus (povo nômade e pagão, descendente dos beduínos do norte da África). Após essas dominações, Petra passou pelo Império Romano, pelos Mulçumanos e os Cruzados.


Petra foi palco de muitas histórias, umas fictícias, outras verdadeiras. A famosa passagem bíblica onde Abraão, como prova de devoção a Deus, quase sacrificou seu filho que foi salvo por um anjo, aconteceu nas montanhas de Petra. A tumba do Profeta Arão, um local sagrados para os Mulçumanos, é conservada até hoje. Em homenagem ao profeta, anualmente, uma cabra é sacrificada, pois muitos peregrinos acreditam que a tumba carrega o espírito do profeta Arão. Outro monumento magnífico, da época do Rei Areta IV, 84-85 a.C é o Tesouro do Faraó, local onde, segundo a bíblia, Moisés foi o responsável pela formação do vale, pois ao bater com seu cajado fez partir a rocha rosada para brotar água e dar de beber ao povo de Israel que estava a caminho da Terra Prometida. Em Petra os turistas podem admirar e explorar a tumba do Renascimento e a Tumba do soldado Romano. Para chegar aos templos os turistas usam burricos ou cavalos que são alugados pelos beduínos que residem no local e também vendem bonitos artesanatos como, tapetes e colares.














O filme Indiana Jones e a Última Cruzada do Tesouro, usou o edíficio da Câmara do Tesouro, como cenário. Petra é um lugar mágico que, segundo as pessoas que já visitaram o local, o melhor visual pode ser deslumbrado às dez da manhã, quando os raios de sol atingem as esculturas dos animais no topo do 'Tesouro'.